A poeira foi por muito tempo considerada a ruína dos astrônomos, bloqueando a luz e escondendo objetos que eles queriam observar. Mas com o advento da astronomia infravermelha, os pesquisadores descobriram que a poeira não é uma cortina opaca, mas sim um ingrediente ativo e essencial para a maneira como as galáxias evoluem.
Nas últimas décadas, os astrônomos passaram a ver poeira como fonte de descoberta científica e, como demonstrado por um conjunto de imagens recentemente divulgadas pela Cientistas do Hubblepode ser surpreendentemente bonito também.
Os pesquisadores usaram dados de quatro telescópios que não estão mais em operação – o Observatório Espacial Herschel da Agência Espacial Européia e o observatório Planck, e o Satélite Astronômico Infravermelho e Explorador de Fundo Cósmico da NASA – para criar imagens de quatro galáxias próximas à Via Láctea. As imagens mostram a poeira dentro e ao redor dessas galáxias em toda a sua glória, codificadas por cores para mostrar poeira fria em verde e poeira quente em azul, com gás hidrogênio em vermelho.
As quatro galáxias retratadas são as Grandes e Pequenas Nuvens de Magalhães (duas galáxias anãs que orbitam a Via Láctea), além das galáxias vizinhas de Andrômeda e Triangulum. As imagens mostram como a densidade da poeira varia dentro dessas galáxias, à medida que é lançada por estrelas em explosão e soprada por ventos estelares.
“Essas imagens aprimoradas de Herschel nos mostram que os ‘ecossistemas’ de poeira nessas galáxias são muito dinâmicos,” disse Christopher Clark, do Space Science Telescope Institute, que liderou o trabalho para criar as novas imagens.
Por exemplo, a poeira é crucial para a formação de novas estrelas, então os pesquisadores podem identificar áreas onde as estrelas estão nascendo procurando bolhas vazias dentro da poeira.
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