O ano era 2014 – a Apple estava trabalhando no lançamento do tão esperado iPhone 6 e 6 Plus (que inaugurou uma nova linguagem de design para seus smartphones), o Google Nexus 6 ainda estava em segredo, e a Microsoft estava no processo de sua malfadada aquisição da Nokia, enquanto empurrava sua plataforma Windows Phone.
Na época, os telefones Nokia rodavam em software personalizado, como visto nos feature phones da empresa, a Nokia Asha Platform, ou no Windows Phone. No entanto, rumores apontavam para um novo telefone em andamento, que seria executado especificamente no sistema operacional Android do Google, embora não viesse com os aplicativos e serviços necessários do Google que geralmente eram encontrados na maioria dos telefones Android. Após semanas de rumores, a Nokia finalmente revelou um dispositivo pouco ortodoxo para sua adição de dispositivos inteligentes.
Inicialmente exibido no Mobile World Congress 2014, o Nokia X foi a primeira incursão da empresa no mundo do Android. Era diferente de qualquer outro telefone Android da época e muito distante dos telefones Android da marca Nokia de hoje. E embora tenha se tornado mistério e história ao longo dos anos, foi, no entanto, um ponto de discussão relevante durante seu tempo no centro das atenções. Como e por que a Nokia, uma empresa que colocou tudo o que tinha no Windows Phone (e logo seria adquirida pela Microsoft), conseguiu um dispositivo como esse?
Vamos dar um tempo para voltar os relógios e revisitar esta peça de hardware desconcertantemente única.
Software e IU
Um dos Nokia X+O principal destaque da empresa em sua revelação foi o fato de rodar o Android, uma mudança drástica em relação ao portfólio padronizado da empresa de aparelhos com Windows Phone. Como mencionamos anteriormente, ele executava uma versão “bifurcada” do sistema operacional, o que significa que, embora fosse capaz de executar uma infinidade de aplicativos Android, faltava a estrutura necessária do Google Play, necessária para trabalhar com serviços centrados no Google, como o Play Store, Google Maps e assim por diante.
Em vez disso, o telefone rodava na “Nokia X Software Platform”, que era uma versão fortemente modificada do Android Jellybean. Ele também introduziu um meio totalmente diferente de navegar na interface do usuário, que era uma mistura do que vimos com o Windows Phone e os aparelhos Asha da Nokia. Para começar, todos os seus aplicativos eram exibidos na tela inicial em um formato de bloco (que permite personalizar cores e ícones), e deslizar do lado direito levava você ao “Fastlane”, que era essencialmente uma linha do tempo de todos os seus notificações, eventos futuros, etc. O único botão Voltar na parte inferior da tela também serviu como ponto principal de navegação.
Ele tinha sua própria loja de aplicativos, o que significava que nem todos os aplicativos da Play Store estavam disponíveis. Você precisava fazer o root no telefone para obter acesso ao Google Play ou fazer o sideload de aplicativos para executar no dispositivo.
Embora se parecesse muito com o Windows Phone, a navegação pela interface do usuário era um pouco lenta, embora oferecesse uma boa mudança de ritmo em relação à interface usual repleta de ícones de telefones Android mais padrão. Durante meu tempo usando o telefone, eu alternava entre a interface do usuário padrão e um iniciador, que surpreendentemente funcionou bem e me permitiu usar o X como faria com um smartphone comum, com uma gaveta de aplicativos, widgets e afins.
Projeto de Hardware
Outro elemento de destaque para o Nokia XA existência da empresa foi seu design externo, que teve muita inspiração e elementos estilísticos dos telefones Lumia mais premium da empresa. Assim como os dispositivos Lumia, ele apresentava uma carcaça de policarbonato fosco, disponível em diversas cores brilhantes e vibrantes. O dispositivo também veio em três variantes, que incluíam o modelo básico Nokia X, Nokia X+ e o Nokia XL, com as maiores diferenças sendo a quantidade de armazenamento e RAM, além de uma câmera adicional, flash LED e tela maior na variante XL. Além disso, todos os telefones pareciam idênticos, com a mesma interface do usuário, software e outros.
Tudo sobre o telefone se assemelhava aos telefones Nokia Lumia, que sempre foram considerados por muitos entusiastas como alguns dos smartphones mais bonitos em termos de design – o invólucro retangular removível, até o layout dos botões de volume e liga / desliga, alto-falante traseiro, e posicionamento da câmera, teve forte inspiração de seus irmãos com Windows. À primeira vista, você provavelmente o confundiria com o Lumia 520 de tamanho semelhante (e aparência semelhante).
Especificações internas e desempenho
Do ponto de vista do desempenho, o Nokia X parece bastante ruim para os padrões atuais. Mas para um smartphone econômico em 2014, o chipset Qualcomm Snapdragon S4 Play e 512 MB de RAM eram padrão no que diz respeito aos telefones econômicos daquele período. Consegui rodar alguns jogos no telefone, como Dead Space Mobile (que tive que carregar de lado), e Great Little Wargame. O telefone foi capaz de rodar os dois jogos sem problemas e, considerando o quão pesado o Dead Space era, fiquei bastante impressionado por ele ser capaz de rodar no Nokia X.
Além disso, o telefone não era particularmente rápido e havia momentos em que gaguejava visivelmente após algum uso, levando-me a reconhecer suas limitações no uso diário. A câmera também não tinha nada para escrever, e o sensor de 3,15 megapixels na parte traseira do dispositivo estava lá para completar o pacote, principalmente. A bateria removível de 1.500 mAh era decente, embora, dadas as especificações de baixa potência, não fosse surpreendente vê-la aguentar um dia de uso moderado, mas consegui fazer todas as tarefas de que precisava em um telefone – chamadas, música, internet e um jogo ou dois.
Pensamentos finais
O Nokia X foi certamente um pequeno experimento interessante que fez as pessoas falarem sobre a marca Nokia, seu futuro na indústria de smartphones e seu destino sob a liderança da Microsoft. Enquanto uma sequência foi lançada na forma do Nokia X2 (estranhamente no mesmo ano), a série não conseguiu causar grande impacto no mercado global de smartphones, que era dominado principalmente pela Apple e Samsung, e a Microsoft finalmente encerrou a série de hardware.
Na época, porém, era um daqueles dispositivos que tinha um certo apelo entusiasta, e era único à sua maneira, especialmente considerando a posição em que a Nokia estava naqueles anos. Não me arrependi de ter o telefone, e ele até serviu como uma espécie de gateway para me fazer experimentar o Windows Phone depois (o que imagino que fosse parte da estratégia da Nokia com a linha X).
Eu acho que por agora e no futuro próximo, é onde vai ficar – um pequeno pedaço de história, com seu próprio charme estranho e único.